O Brasil abriga uma das maiores reservas de minério de ferro do mundo, com destaque para o Quadrilátero Ferrífero (MG) e a Serra dos Carajás (PA), regiões que concentram grande número de cavernas ferríferas. Em Carajás, a diversidade e abundância de morcegos de cavernas é notável, com espécies ameaçadas e de distribuição restrita, o que tem despertado o interesse de pesquisadores, órgãos reguladores e instituições conservacionistas.
Com o objetivo de monitorar impactos ambientais em ecossistemas subterrâneos associados à mineração, a proposta do projeto une conhecimentos da fisiologia, genética, transcriptômica, proteômica e biologia da conservação, com foco em populações de morcegos da região da FLONA de Carajás (PA). Esses organismos desempenham papel ecológico central nesses ambientes, atuando como vetores de energia e nutrientes e influenciando diretamente a estrutura das comunidades.
A conservação de cavidades naturais subterrâneas representa um dos grandes desafios da mineração, especialmente em regiões como Carajás, onde há sobreposição entre áreas de alto valor ecológico e interesse econômico. O monitoramento tradicional da biodiversidade subterrânea é feito com base em parâmetros ecológicos populacionais, que só detectam impactos após manifestação significativa. O ITV propõe uma abordagem inovadora porque considera respostas individuais dos organismos (alterações fisiológicas e comportamentais) aos distúrbios ambientais. O uso de ferramentas da fisiologia da conservação permite diagnósticos mais rápidos e precisos, com maior poder preditivo e potencial para orientar ações de mitigação antes que os danos se tornem irreversíveis.




