Concebido para estruturar e implementar um programa de monitoramento ecológico de longa duração no Parque Nacional dos Campos Ferruginosos (PNCF), com foco no mosaico de ambientes naturais de Carajás (canga, floresta e cavidades), a proposta se alinha aos parâmetros do Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD-CNPq). Trata-se do primeiro projeto do tipo financiado pela iniciativa privada e inserido na rede internacional de módulos RAPELD, sistema desenvolvido no Brasil, que permite reunir levantamentos da biodiversidade em paisagens distintas de forma rápida e colaborativa. Ao final do projeto, os pesquisadores querem gerar dados robustos, padronizados e integrados sobre a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos da região, subsidiando decisões estratégicas sobre impacto, manejo, compensação, restauração e conservação.
O programa é motivado pela urgência de compreender e proteger a biodiversidade frente às pressões crescentes da mineração e das mudanças climáticas. A perda de espécies e a degradação de habitats comprometem os serviços ecossistêmicos e o bem-estar humano. No contexto da Amazônia, onde há grandes lacunas de conhecimento, especialmente em ambientes como cangas e cavidades, a geração de dados científicos confiáveis é essencial para orientar políticas públicas, processos de licenciamento e estratégias de sustentabilidade corporativa. O projeto também responde à necessidade de integrar dados ecológicos, genéticos e funcionais em modelos estatísticos capazes de estimar riscos de extinção e orientar ações de mitigação.
A proposta se apoia em avanços tecnológicos e metodológicos, como o uso de eDNA, armadilhas fotográficas, gravadores autônomos, drones, LiDAR e inteligência artificial para identificação de espécies. Também prevê a construção de bancos de dados e imagens, o uso de código de barras genético e a coleta de dados funcionais e fenológicos. A padronização dos dados segue protocolos internacionais como o Darwin Core e as Variáveis Essenciais de Biodiversidade (EBVs), garantindo interoperabilidade com bases globais como GBIF e SpeciesLink.







