A proposta parte do potencial da biocimentação (processo mediado por bactérias redutoras de ferro) para reconstituir crostas lateríticas em substratos ricos em ferro, contribuindo tanto para a recuperação ecológica quanto para a estabilidade física de áreas degradadas.
A importância ecológica das cangas ferruginosas, ecossistemas naturalmente fragmentados e altamente endêmicos que recobrem os depósitos de minério de ferro de Carajás, é a justificativa para o projeto. Estudos recentes do ITV DS em parceria com instituições internacionais demonstraram que a biocimentação pode ocorrer em escalas compatíveis com a restauração ambiental, promovendo a formação de crostas estáveis e biologicamente ativas em períodos relativamente curtos. Essa abordagem tem o potencial de reduzir processos erosivos, de melhorar a qualidade da água e de permitir a reintrodução de espécies vegetais típicas das cangas.
O objetivo dos pesquisadores é desenvolver metodologias para a biocimentação de resíduos ricos em ferro em escala industrial, por meio da indução microbiana da redução e subsequente oxidação do ferro, formando crostas estáveis que favoreçam a regeneração do ecossistema. Para isso, serão conduzidos estudos que envolvem desde a caracterização da microbiota nativa até a aplicação em campo, com foco na criação de novos habitats para espécies endêmicas e na estabilização de áreas sensíveis, como zonas de recarga hídrica.